1950’s

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Video: 1959 Team | Harry Lumley | George Armstrong | Johnny Bower

Após a desoladora derrota no jogo 7 das semi-finais de 1950 para o arquirrival Detroit Red Wings, os Leafs voltaram para a temporada de 1950-51, para ter uma das melhores temporadas da sua história.

Uma negociação com os Bruins enviou Vic Lynn e Bill Ezinicki para Boston pelo forte defensor Fern Flaman adicionou poder à linha defensiva, substituindo o buraco deixado por Garth Boesch. Na frente os Leafs tinham sua estrela Ted Kennedy entre o jovem Sid Smith e Tod Sloan para criar uma primeira linha artilheira.


Sid Smith liderou os Leafs no começo dos anos 50

Os Red Wings ainda eram o time a ser batido ao terinar a temporada no topo da classificação com 101 pontos, simples 6 pontos à frente do segundo colocado, os Leafs. Mas os Wings, apesar de ter o poder ofensivo de Sid Abel, Ted Lindsay e o recuperado Gordie Howe, foram surpreendidos nas semifinais pelo terceiro colocado, Montreal Canadiens, que jogaram à altura dos Red Wings e conseguiram gols importantes na prorrogação, com Maurice ‘Rocket’ Richard.

Os Leafs tiveram menos trabalho com o quarto colocado, Boston Bruins, vencendo as semifinais em seis jogos, incluindo um jogo em Toronto agendado devido a uma restrição legal, onde por lei, eventos esportivos eram proibidos de ser realizados após o meio dia dos domingos. Os Leafs então enfrentaram os “Franceses voadores” (‘Flying Frenchmen’) de Montreal numa final totalmente canadense.

Notavelmente, todos os jogos das finais foram para a prorrogação e a conquista do jogo 5 foi particularmente memorável com Bill Barilko marcando o seu lendário gol da vitória na prorrogação. ‘Bashin’ Bill’ (Bill Barilko) deixou sua posição na defesa (apesar de ter sido ordenado pelo técnico Joe Primeau a não fazê-lo), para receber um passe e mandar o puck para o fundo do gol de Gerry McNeil, dando aos Leafs a sua quarta Stanley Cup em cinco anos.


Bill Barilko marcou um dos mais famosos gols da história da NHL pelos Maple Leafs

Mas o que foi iniciado como uma década promissora se tornou o que depois veio a ser chamado de “anos perdidos” com a dinastia dos anos 40 passando por mediocre na maior parte dos anos 50.

O prazer de vencer a Stanley Cup durou pouco após as notícias de que o herói de 23 anos, Bill Barilko, foi a uma viagem de pescaria durante o verão e não retornou. O avião em que ele estava, pilotado pelo amigo dentista, Henry Hudson, misteriosamente desapareceu ao norte da província de Ontario.

Após terminar na terceira colocação na temporada 1951-52, os Leafs foram “varridos” pelos Red Wings nas semifinais. Na temporada 1952-53 os Leafs ficaram fora dos playoffs pela primeira vez desde a temporada 1945-46.

O proprietario e Gerente Geral dos Leafs, Conn Smythe, decidiu por realizar uma mudança total na equipe que havia sido tão bem sucedida, com algumas negociações controversas. O goleiro titular, Al Rollins, o defensor Gus Mortson, o central Cal Gardner e o propecto Ray Hannigan foram todos negociados com o Chicago, pelo goleiro Harry Lumley. Fernie Flaman e Fleming Mackell, que também foram membros da equipe campeã de 1951, foram negociados com o Boston, em trocas individuais com um retorno mínimo aos Leafs. Quando questionado sobre o que aparentavam ser trocas boas somente para um lado das partes, no caso as outras equipes, Smythe respondeu que os Leafs estavam tentando ajudar os times mais fracos da liga e ele acreditava que, assim como na década de 40, os times das ligas mais jovens, afiliados aos Leafs, poderiam repor prontamente os jogadores negociados.

Durante a década de 40, quando os Leafs necessitavam de jovens talentos, eles contaram com seus times nas ligas menores, St. Mike’s e Marlboros, que Frank Selke havia gerenciado. Mas no meio da década de 40, Selke partiu para Montreal para iniciar a sua própria dinastia.

No início dos anos 50, os jogadores que foram trazidos aos Leafs para cobrir os buracos deixados pelas trocas, não obtiveram sucesso. Somente no final da década é que os Leafs encontraram jogadores nas ligas menores que teriam habilidade e talento para tornar a equipe competitiva novamente. Apesar dos Leafs terem promovido jogadores como Tim Horton, George Armstrong e Ron Stewart no início da década, foi somente quando jovens como Dick Duff, Bob Pulford, Carl Brewer, Frank Mahovlich e outros mostraram valor para jogar nos Leafs o que trouxe de volta uma esperança legitima de que os Leafs poderiam ter um time vencedor novamente.


Tim Horton foi muito importante na defesa

Quando o técnico Joe Primeau deixou o cargo após perder os playoffs da temporada 1952-53, King Clancy o substituiu. Mas Clancy teve pouco sucesso durante o período no comando da equipe. Em 1956-57, o time dos Leafs comandado por Howie Meeker terminou na última colocação na NHL. Na próxima temporada, Billy Reay foi contratado para trazer um pouco de seu espirito vencedor de seus dias à frente do Montreal Canadiens. Mas os Leafs, apesar de melhorar, terminaram na quinta colocação na temporada 1957-58.

Em Novembro do ano seguinte, com os Leafs muito bem posicionados na ultima colocação, o Gerente Geral dos Leafs, o relativo desconhecido Punch Imlach, demitiu Billy Reay e tomou para si a responsabilidade de comandar a equipe. Imediatamente ele proclamou de forma confiante que sua jovem equipe se classificariam aos playoffs. Até mesmo Conn Smythe questionou se ele havia contratado um louco como técnico. Mas esta era uma equipe diferente porque além dos jovens talentos trazidos de seus times juniores, St. Mike e Marlboros, os Leafs haviam adquirido jogadores experientes como Johnny Bower, Allan Stanley e Bert Olmstead para jogar e se tornarem mentores.

O novo técnico dos Leafs inspirou seus jogadores a acreditar em si mesmos quando ninguém mais acreditaria – e que a longa jornada aos playoffs ainda era possível. Imlach encorajou seus jogadores a ler “O Poder do Pensamento Positivo” de Vincent Peales e de forma impressionante, os Leafs conseguiram se classificar aos playoffs no último jogo da temporada regular.

Os Leafs realizaram uma sequência fantástica de jogos nas últimas semanas da temporada 1958-59 enquanto os Rangers percorreram o caminho contrário. Finalmente os Leafs estavam novamente nos playoffs, pela primeira vez desde a temporada 1955-56, e a equipe e os torcedores se tornavam grandes apoiadores de Punch Imlach. Mas Imlach nao estava satisfeito somente por estar nos playoffs e afirmou que venceriam o Boston Bruins, um time muito habilidoso que se classificou em segundo na liga naquele ano e que disputou a Stanley Cup nos dois anos anteriores, contra o Montreal Canadiens.

Este time “Cinderela” dos Leafs começou as semifinais com duas derrotas no Boston Garden e estavam perdendo por 3 a 2 nos momentos finais do terceiro jogo, em Toronto, quando o ala direita Gerry Ehman, um sniper com tiros certeiros, marcou o gol de empate. O mesmo Ehman, de forma impressionante, marcou o gol da vitória na prorrogação para dar aos Leafs sua primeira vitória nos playoffs desde 27 de março de 1956.

Ainda movidos pela emoção da vitória de virada no jogo 3, os Leafs, com um trabalho impecável do goleiro Johnny Bower, venceu o jogo 4 num gol de Frank Mahovlich na prorrogação. Os Leafs continuaram a jornada e venceram a série no sétimo jogo, em Boston, com um gol de Ehman com apenas alguns minutos restando no tempo regulamentar.

Apesar dos Leafs terem sido derrotados pelo time três vezes campeão da Stanley Cup, Montreal Canadiens, em apenas cinco jogos, nas finais, era certo de que este time do Toronto tinha um núcleo de uma nova dinastia dos Leafs.

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