Inicial > Air Canada Centre, NHL, Rumor, Toronto Maple Leafs > Performance de Brian Burke e carta aberta de Katie Burke aos media

Performance de Brian Burke e carta aberta de Katie Burke aos media

segunda-feira, 22 novembro 2010 Deixe um comentário Go to comments

Caros co-fans dos Leafs:

Já há algum tempo que venho  a falar da necessidade de afastar Brian Burke e Ron Wilson. Podem ter feito bom trabalho nos Canucks, na selecção dos Estados Unidos, mas não podemos ficar mais eternidades à espera que o trabalho dê fruto. Ou o quê, dar-lhes mais 5 anos para termos os Leafs nos playoffs???

Eu não tenho essa paciência e gostava de ver MAIS, de preferência antes de me reformar. Se bem que as equipas sejam construídas ao longo dos anos com bons draft picks, há equipas que têm a OBRIGAÇÃO para com os fans de estar sempre na luta. Pura e simplesmente não pode haver conformação… Talvez o que salvasse tudo fosse a NHL funcionar com promoção/relegação e não com o estúpido sistema de franchises (com equipas a perderem jogos no final do ano para terem acesso aos melhores drafts). Aí sim, talvez o descontentamento levasse muito boa gente para o olho da rua!! Era preciso mudar o que não estivesse bem. E não estou a ver os donos dos Leafs (nem a cidade!!!) a conformar-se em competir na NHL “série B”, ou na AHL!!!!!!!!

Isto a propósito, não sei se têm acompanhado, de um debate na imprensa “torontoniana”. Como se sabe, Toronto QUER ter uma equipa ganhadora e não uma equipa de fundo da tabela.

Brian Burke, o “nosso” GM

E na passada 6ª feira um colunista do jornal “The Globe and Mail”, Bruce Dowbiggin, voltou a tocar no assunto sobre se a imprensa está a dar “folga” a Burke, por simpatia, por este ainda ter perdido muito recentemente o seu filho Brendan num acidente de carro no ano passado.

Brendan junto o pai, Brian, com 18 anos, em 2007, a festejar a conquista da Stanley Cup pelo pai, ao serviço dos Anaheim Ducks, contra os Ottawa Senators. Brendan morreria num acidente de automóvel, em 2010 com 21 anos.

Hoje no site dos Leafs surge um link para a resposta da filha mais velha de Burke, em http://www.theglobeandmail.com/sports/hockey/brian-burkes-daughter-responds-to-globe-columnist/article1807193/ 

Tomando a liberdade, passo a traduzir para português, o teor da mesma (no final da missiva, dou a minha opinião pessoal):

“Como filha mais velha de Brian, gostaria de tomar um momento para clarificar algumas das presunções que têm andado a circular nos media de Toronto:

Primeiro e antes de mais, o meu pai odeia perder. Odeia. Ele odeia perder no Scrabble, ele odeia perder uma aposta e odeia mesmo perder jogos de hóquei.

Ao crescer, a primeira coisa que se dizia a qualquer amigo que fosse ver um jogo de hóquei connosco era que se a equipa perdesse, seria bem melhor nem sequer falar para o meu pai a seguir ao jogo. Posso garantir que não há nada que os media possam escrever ou dizer sobre as performances dos Leafs que o meu pai não tenha ele próprio também pensado, e ninguém é mais crítico ao seu próprio trabalho que o meu pai. Por isso, eu não me tomo de razões com alguém que critique os Leafs na coluna do Deve/Haver de vitórias e derrotas. Faz parte do trabalho, e parte da responsabilidade que o meu pai com tanta vontade assumiu quando se juntou à equipa.

No entanto, tenho de responder à implicação de [Andrew] Krystal que o meu pai “não consegue aguentar a pressão” e ao comentário de Todd Kays de que o mundo não pára quando se experimenta uma tragédia pessoal. A verdade é, se alguém se tivesse dado ao trabalho de falar com alguém que conheça o meu pai, essa pessoa dir-lhe-ía, que neste momento de perda enorme, o hóquei é o refúgio do meu pai. Desde a morte de Brendan, ele não abrandou com as viagens, com a sua agenda, a sua paixão para melhorar a equipa, e o ringue continua a ser, como tem sido durante anos, o seu porto de abrigo.

Este fim de semana é o “Fim de Semana de Pais e Filhos dos Maple Leafs” a somar a ser o fim de semana em que o meu pai completará o seu 1000º jogo como GM. Sugerir que a memória de Brandon não estará no topo dos pensamentos do meu pai durante estas datas marcantes seria tolice. Como um dos comentários online à coluna de Bruce falava, quando se perde um filho, “não passa um dia em que não se sinta dor”. Estou certa de que isso tanto é verdade para Bob Gainey anos mais tarde, como é neste momento para o meu pai, em que só se passaram meses. Dar a volta a uma franchise perdedora é um desafio considerável, um desafio que leva tempo, paciência, e uma disponibilidade para aguentar altos e baixos. Nesse aspecto é semelhante ao luto – um processo longo, não linear com uma incerteza significante e stress considerável. Posso confirmar a todos envolvidos nesta discussão, que a morte do meu irmão teve um profundo impacto no meu pai, mas especular que o seu coração não está envolvido e dedicado ao máximo no jogo, é incorrecto. De facto, as muitas horas que ele passa no Air Canada Centre, a fazer scouting, a falar com colegas GM’s, a delinear estratégias com a sua equipa, são a melhor maneira que ele tem de encarar e seguir em frente.

Muitos jornalistas comentam o vocabulário colorido do meu pai, tipicamente “apimentado” com termos como “pestilência” e “tenacidade”. Posso assegurar-vos, como filha dele, que “perder” e “pena” são duas palavras que não têm lugar no vocabulário do meu pai. Posto isto, é a minha esperança que este debate chegue a um final, e que os especialistas da imprensa, rádio e tv possam deixar de discutir se devem pressionar ou dar folga ao meu pai. Como qualquer férreo veterano do hóquei, ele não precisa que as pessoas lhe facilitem, ele só quer focar-se na equipa e no jogo que ele adora.

Sinceramente,

Katie Burke”

E foi esta a comunicação em resposta de Katie Burke. Eu lembro-me de quando morreu Brendan e não consigo imaginar o sofrimento daquela família e de Brian, que é o que está em causa. Mas Brian é um profissional, e o que está a ser debatido é o lado profissional. Se Brian ficou afectado e não consegue fazer o seu trabalho (obviamente não o está a fazer bem), tem toda a minha simpatia e toda a simpatia da Nação Leaf. Afinal Brian é apenas humano, e sofreu uma perda enorme. MAS então, se as performances dele a nível profissional não satisfazem, não há realmente porque dar “folga” a Burke. Muitos fans dos Leafs perderam familiares. Eu gostava de ter sido futebolista profissional do FC Porto e de grandes equipas europeias, mas nunca tive “jeito” e já não tenho idade. Então é altura de Burke saír (e levar Wilson). Já foi dado demasiado tempo a Burke. Os Leafs não podem continuar a pensar que “para o ano é que vai ser”. Vamos todos chegar a velhos antes de “acontecer” a 14ª Stanley Cup. Eu não era nascido em ’67, e por este andar, não vou ver uma tão cedo. Brian e Katie têm toda a minha simpatia, mas então vamos RESPEITAR Brian e criticá-lo pelo trabalho dele, como ele gostaria. Brian, por favor, se a administração não tem coragem, então veja as evidências e dê lugar a quem “sinta” o espírito Leaf. E de preferência que seja um canadiano, E NASCIDO EM TORONTO.

Saudações a todos. GO LEAFS GO!!!

  1. cnbeiro
    terça-feira, 23 novembro 2010 às 14:39

    João … eu não estou satisfeito com os Leafs assim como você, mas ainda assim acho que Brian Burke não tem feito um trabalho tão ruim assim. Desculpe discordar, mas Quando ele assumiu a equipe, o time estava sem qualquer qualidade no ataque, com a defesa em frangalhos e hoje, podemos dizer que temos jogadores na defesa que nos dão uma “certa” tranquilidade, e, no ataque, ainda aguardamos algumas peças mas que temos a possibilidade de nos tornarmos perigosos no ataque com um Center e mais algum Winger com mais experiência.

    Inclusive acho que chegamos aos playoffs este ano, talvez não passemos da primeira rodada …

    Um abraço e GO Leafs GO !!!!

  2. João Neves
    terça-feira, 23 novembro 2010 às 15:31

    Christian, discorda à vontade, há sempre quem tenha opiniões diferentes 🙂
    Há um certo conformismo com a mediocridade, e as melhorias são lentas, mas se a equipa engrenar, pode ser que suba alguns lugares. Afinal o 8º lugar está muito próximo… Mas como dizes e bem, é preciso ir ao mercado. A nossa 2ª linha é melhor que a 1ª! Vamos esperar pelo regresso de Phaneuf para consolidar a defesa.
    Mas infelizmente não acredito em play-offs este ano (temporada)… 😦
    Depois de ter postado esse artigo, a equipa desmentiu-me(AINDA BEM!!!) e tiveram uma boa vitória frente a Dallas, mas espero que haja consistência de resultados. Do plantel actual ficava com Versteeg e Phaneuf e o resto trocava pelo plantel dos Canadiens 🙂
    Talvez no próximo… Grande abraço. GO LEAFS GO!!!

    • cnbeiro
      terça-feira, 23 novembro 2010 às 16:09

      Não fala isso não !!!! Se os torcedores dos Canadiens lerem isso … de que os torcedores dos Leafs gostariam de ter a equipe deles … estamos perdidos! HEHEHEHEHEHE (Brincadeira) …

      • João Neves
        terça-feira, 23 novembro 2010 às 16:22

        eles não vêm aqui ler 🙂
        mas não me importava nada de ter Gionta, Cammalleri e Price, entre outros…
        o P.K. Subban é um rapaz de Toronto e também anda por lá. esse míúdo também podia vir 🙂

  3. Andre
    terça-feira, 23 novembro 2010 às 16:11

    Quanto ao jogo contra o Dallas não vao escrever não??
    ONtem o time sobrou no gelo, jogou facil, tomou um gol bobo e nada mais.

    Mais um bom jogo do Gustavsson, Giguere que se cuide.

    • cnbeiro
      terça-feira, 23 novembro 2010 às 21:06

      Oi André … já postei sobre o jogo contra o Dallas!!!Dá uma olhada na página principal !!!!!

      Abraço

  1. No trackbacks yet.

Deixe um comentário